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1. |
a primeira noite
03:46
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amparado nos cumes da solidão
respirando o abismo
suspirando o exílio
perfilando passos na escuridão
trocando palavras por nada
dialogando com o eco vazio das madrugadas
insone ascende mais um cigarro
no peito, apenas catarro
que no escarro, escorre
em delírio
o vestígio de qualquer emoção
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2. |
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os homens veem o fato
e o nosso tempo acabou
a hábil mão que te cura
é a mesma que quer te matar
condenada por uma ternura
que doía mais do que o ódio
era paixão, obra amarga, alegria forjada
angústia sem fim.
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3. |
a noite dança
05:14
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precisamos tanto de descanso
ficaremos cada um em suas casas
cicatrizando as feridas
são tantos os jovens que ainda querem se divertir
o presente não é tão presente assim
cantamos as canções louvando a um rei
que esperamos chegar
enquanto isso, trancados
cada um em suas casas
cicatrizando as feridas e vendo a noite dançar
diante dos nossos olhos
a noite dança, as feridas cicatrizam
os jovens amam, as manhãs dançam...
os rancores escapam dos olhos
as cores não dançam mais
os rancores escapam dos olhos
a noite dança...
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4. |
eu as deixei
03:18
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quando você cresce rápido demais
é comum essa sensação de vazio
os adultos são mais tristes do que você pensava
é tudo mais triste do que você pensava
é tudo mais triste do que você queria
as coisas são mais amargas do que as que você comia
as coisas são mais amargas do que as que você sentia
há coisas sobre mim que vocês nunca vão saber:
eu já machuquei quem eu amava
e isso é como fugir de casa,
coisa que eu também já fiz
mas ninguém vai recolher meu coração partido
ninguém vem recolher meu coração perdido.
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5. |
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os homens veem o fato
e o nosso tempo acabou
a hábil mão que te cura
é a mesma que quer te matar
condenada por uma ternura
que doía mais do que o ódio
era paixão, obra amarga, alegria forjada
angústia sem fim.
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mateamargo São Paulo, Brazil
mateamargo é Júlia convertendo dores de estômago em alguma coisa.
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